sábado, 24 de abril de 2010

Quem tem medo da comparação?




Quem tem medo da comparação?

Em pleno mês de abril já posso afirmar que já estamos vivenciando o clima e o jogo da disputa eleitoral. Nas últimas semanas concluí, após uma série de eventos, que na política os movimentos e as articulações estão diretamente relacionados ao tempo. É rodinha de conversa aqui, discursinho ali, além das figurinhas carimbadas que semanalmente têm artigos publicados nos jornais da cidade. Uns procuram conquistar espaço com dinheiro e outros procuram se aproximar do eleitorado com ações que vinculem nomes às possíveis soluções de antigos problemas. Menos mal que ainda exista a segunda condição.
Nesse momento o acesso à informação é fundamental, mas, infelizmente, isso também demanda uma boa dose de censo crítico e analítico, o que nos obriga a apurar dois sentidos vitais, a visão e a audição. Vejam dois exemplos claros ocorridos recentemente em Piedade.

1- No mês de fevereiro foi inaugurado o monumento Torii em homenagem aos cem anos da imigração japonesa no Brasil. Uma obra aguardada por muito tempo pela colônia japonesa e que só foi entregue depois de muito trabalho para se atender as exigências do convênio junto aos órgãos competentes. Na ocasião da inauguração, a cidade recebeu, pela primeira vez na história, a visita oficial de um Ministro de Estado. Na ocasião, o Ministro do Turismo Luiz Barreto anunciou mais de 900 mil reais em novos investimentos para Piedade. Daí eu pergunto, depois disso tudo, qual é o destaque dado pela Direita? “Acusação irregularidades na obra do Torri”, está faltando ao lado do monumento um quadradinho de grama de custa cerca de R$ 400,00. E por que isso? Justamente porque os entes participes do convênio resolveram edificar uma pequena mureta de proteção junto à estrutura metálica ao invés de plantar grama. Resultado. Nesse caso a direita foi burra. Aliás, a Direita em Piedade adora grama.


2- Na última quinta-feira a Prefeitura Municipal, através da Coordenadoria de Meio Ambiente, promoveu um debate público sobre o Projeto Município Verde-Azul na Câmara Municipal. O evento contou com a participação do Coordenador estadual do Projeto e o Deputado Estadual Hamilton Pereira, além de cerca de 60 pessoas entre professores, membros de entidades de classe e membros de ONGs. Na ocasião foram debatidos temas cruciais como a gestão de resíduos no município, os serviços de saneamento, o contrato com a Sabesp e novos investimentos para a gestão ambiental em Piedade. Uma atividade muito boa e rara em Piedade. Pergunta; os vereadores da oposição participaram? Não. A imprensa local cobriu esse importante encontro? Não. Se as forças políticas de direita articularam um boicote ao evento promovido pelo governo municipal, mais uma vez deram um tiro no pé.

Fatos semelhantes a esse vêm ocorrendo cotidianamente. Uns mais graves e outros nem tanto. A disputa pelo espaço político é clara e natural. No entanto, duas coisas merecem atenção hoje. A desconstrução das boas ações e a desconstrução das pessoas.
Quando se têm como metas essas duas diretrizes citadas, certamente quem perde é a comunidade. A distorção ou minimização de boas ações e a desconstrução das pessoas não são bons argumentos para um debate político. Discutir os projetos comparando o antes e o agora é algo muito mais salutar e construtivo.
Acredito que já chegou o momento de iniciarmos a comparação do antes e do agora, pois dessa forma seria mais fácil para a comunidade compreender as coisas que estão ocorrendo em Piedade. Nesse aspecto a imprensa tem um papel fundamental e acredito, ainda, que algum órgão de imprensa local tenha todas as condições de proporcionar esse confronto sério. Conhecer e compreender o momento em que vivemos é importante para definição de posição no conflito da Direita X Esquerda. Se a Direita não aceitar o confronto sério de idéias e projetos terei a certeza de que ela é covarde, pois estará preferindo a leviandade de seus atos à comparação ponto a ponto de como estava Piedade em 2008 e de como está agora.