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Prefeitura inaugura o Sistema de
Monitoramento do programa “Piedade Mais Segura”
A Prefeitura inaugurou oficialmente a primeira etapa do programa “Piedade Mais Segura”. Trata-se do Sistema de Monitoramento a partir de câmeras digitais. No total serão 48 câmeras espalhadas pela região central do município. A realização do projeto demonstra a preocupação do Governo Municipal em aprimorar os mecanismos de Segurança Pública. A proposta é auxiliar ações das policias Civil e Militar e também, oferecer um serviço mais eficaz à população. Na ocasião o chefe do Executivo agradeceu todas as diretorias da Administração, pessoas e entidades sociais que contribuíram para a execução do projeto.
Nessa primeira fase, com o funcionamento inicial de 18 câmeras fixas, a prioridade foi instalar em prédios públicos e ruas centrais mais movimentadas. Nos próximos dias o trabalho continuará com a instalação de mais 30 câmeras em pontos estratégicos da região central.
O sistema possui câmeras digitais modernas que possibilitam imagens nítidas, seleção, ampliação por meio do “zoom” e angulação de 360 graus. Segundo a empresa responsável pela instalação, apenas Piedade possui esse serviço na região. “É um projeto pioneiro na região. Atendemos várias cidades, mas, Piedade instalou o que existe de mais novo em termos de monitoramento por câmeras”, afirmou Ailson Moreno, responsável técnico da CONSEG - Monitoramento e Imagens.
A Central de Monitoramento é na Base Comando da Guarda Municipal
O local recebeu serviços de alvenaria, elétrica e hidráulica. Foram instalados quatro monitores LCD 32 polegadas, rádio retransmissor, balcão e ar condicionado.Dez profissionais fizeram o curso de treinamento e capacitação para operar o equipamento. A Central fará monitoramento 24 horas ininterruptas, inclusive com seleção e arquivamento das imagens. O serviço auxiliará na prevenção e combate à criminalidade.
Prefeitura amplia a Guarda Municipal com apresentação de mais cinco profissionais
Na mesma cerimônia foram apresentados cinco novos guardas municipais, que após treinamento no município de Osasco, estão oficialmente integrados à corporação. O efetivo da Guarda Municipal passou a ter um comandante, um subcomandante, 15 guardas, uma estagiária em Direito e dois servidores municipais que realizam serviços administrativos. Os guardas municipais foram treinados na Academia da GM de Osasco, considerada uma das melhores do Brasil, inclusive, com importante participação na Missão de Paz da ONU - Organização das Nações Unidas, no Haiti.
Fonte: Assessoria de ComunicaçãoSempre defendi e continuo defendo a candidatura de Dilma como única forma viável para se concretizar a execução de um projeto político progressista, democrático e popular no Brasil. Nunca escondi meu apreço e admiração por Marina Silva, inclusive considero sua saída do PT como uma das rupturas mais doloridas da esquerda nesta país. Com sua história Marina tem brilho próprio, mas projeto político não é só brilho.
Boa parte da nova esquerda e da direita tucana frustrada preferiram os belos olhos de Marina ao invés de um projeto político. Uma interpretação respeitável porém equivocada da realidade de uma disputa eleitoral.
Mais do que nomes, posturas, crenças e belos olhos ou falas, o que de fato é colocado em disputa dentro da democracia liberal são projetos políticos. Hoje no Brasil nós temos dois projetos diferentes em disputa. O projeto introduzido pelo PT e o projeto fracassado do PSDB/DEMO.
Infelizmente belos e belas ainda não é alternativa viável para avançar ainda mais, mas sim, um perigoso atário para legitimar o ressurgimento da direita golpista.
Marina... você se pintou?
Dilma, admitamos, não é a candidata de nossos sonhos. Mas Serra o é de nossos mais terríveis pesadelos. Ajude-nos a enfrentá-lo. Você não precisa dos paparicos da elite brasileira e de seus meios de comunicação. “Marina, você já é bonita com o que Deus lhe deu”.
[1] Professor de filosofia da UFES, autor de Iara e a Arca da Filosofia (Mercuryo Jovem), dentre outros.
Publicado no jornal o Estado de S. Paulo, o artigo Dois pesos desagradou à direção da empresa. Foto: Damião A. Francisco/ divulgação
Por Maria Rita Khel*
Este jornal teve uma atitude que considero digna: explicitou aos leitores que apoia o candidato Serra na presente eleição. Fica assim mais honesta a discussão que se faz em suas páginas. O debate eleitoral que nos conduzirá às urnas amanhã está acirrado. Eleitores se declaram exaustos e desiludidos com o vale-tudo que marcou a disputa pela Presidência da República. As campanhas, transformadas em espetáculo televisivo, não convencem mais ninguém. Apesar disso, alguma coisa importante está em jogo este ano. Parece até que temos luta de classes no Brasil: esta que muitos acreditam ter sido soterrada pelos últimos tijolos do Muro de Berlim. Na TV a briga é maquiada, mas na internet o jogo é duro.
Se o povão das chamadas classes D e E – os que vivem nos grotões perdidos do interior do Brasil – tivesse acesso à internet, talvez se revoltasse contra as inúmeras correntes de mensagens que desqualificam seus votos. O argumento já é familiar ao leitor: os votos dos pobres a favor da continuidade das políticas sociais implantadas durante oito anos de governo Lula não valem tanto quanto os nossos. Não são expressão consciente de vontade política. Teriam sido comprados ao preço do que parte da oposição chama de bolsa-esmola.
Uma dessas correntes chegou à minha caixa postal vinda de diversos destinatários. Reproduzia a denúncia feita por “uma prima” do autor, residente em Fortaleza. A denunciante, indignada com a indolência dos trabalhadores não qualificados de sua cidade, queixava-se de que ninguém mais queria ocupar a vaga de porteiro do prédio onde mora. Os candidatos naturais ao emprego preferiam viver na moleza, com o dinheiro da Bolsa-Família. Ora, essa. A que ponto chegamos. Não se fazem mais pés de chinelo como antigamente. Onde foram parar os verdadeiros humildes de quem o patronato cordial tanto gostava, capazes de trabalhar bem mais que as oito horas regulamentares por uma miséria? Sim, porque é curioso que ninguém tenha questionado o valor do salário oferecido pelo condomínio da capital cearense. A troca do emprego pela Bolsa-Família só seria vantajosa para os supostos espertalhões, preguiçosos e aproveitadores se o salário oferecido fosse inconstitucional: mais baixo do que metade do mínimo. R$ 200 é o valor máximo a que chega a soma de todos os benefícios do governo para quem tem mais de três filhos, com a condição de mantê-los na escola.
Outra denúncia indignada que corre pela internet é a de que na cidade do interior do Piauí onde vivem os parentes da empregada de algum paulistano, todos os moradores vivem do dinheiro dos programas do governo. Se for verdade, é estarrecedor imaginar do que viviam antes disso. Passava-se fome, na certa, como no assustador Garapa, filme de José Padilha. Passava-se fome todos os dias. Continuam pobres as famílias abaixo da classe C que hoje recebem a bolsa, somada ao dinheirinho de alguma aposentadoria. Só que agora comem. Alguns já conseguem até produzir e vender para outros que também começaram a comprar o que comer. O economista Paul Singer informa que, nas cidades pequenas, essa pouca entrada de dinheiro tem um efeito surpreendente sobre a economia local. A Bolsa-Família, acreditem se quiserem, proporciona as condições de consumo capazes de gerar empregos. O voto da turma da “esmolinha” é político e revela consciência de classe recém-adquirida.
O Brasil mudou nesse ponto. Mas ao contrário do que pensam os indignados da internet, mudou para melhor. Se até pouco tempo alguns empregadores costumavam contratar, por menos de um salário mínimo, pessoas sem alternativa de trabalho e sem consciência de seus direitos, hoje não é tão fácil encontrar quem aceite trabalhar nessas condições. Vale mais tentar a vida a partir da Bolsa-Família, que apesar de modesta, reduziu de 12% para 4,8% a faixa de população em estado de pobreza extrema. Será que o leitor paulistano tem ideia de quanto é preciso ser pobre, para sair dessa faixa por uma diferença de R$ 200? Quando o Estado começa a garantir alguns direitos mínimos à população, esta se politiza e passa a exigir que eles sejam cumpridos. Um amigo chamou esse efeito de “acumulação primitiva de democracia”.
Mas parece que o voto dessa gente ainda desperta o argumento de que os brasileiros, como na inesquecível observação de Pelé, não estão preparados para votar. Nem todos, é claro. Depois do segundo turno de 2006, o sociólogo Hélio Jaguaribe escreveu que os 60% de brasileiros que votaram em Lula teriam levado em conta apenas seus próprios interesses, enquanto os outros 40% de supostos eleitores instruídos pensavam nos interesses do País. Jaguaribe só não explicou como foi possível que o Brasil, dirigido pela elite instruída que se preocupava com os interesses de todos, tenha chegado ao terceiro milênio contando com 60% de sua população tão inculta a ponto de seu voto ser desqualificado como pouco republicano.
Agora que os mais pobres conseguiram levantar a cabeça acima da linha da mendicância e da dependência das relações de favor que sempre caracterizaram as políticas locais pelo interior do País, dizem que votar em causa própria não vale. Quando, pela primeira vez, os sem-cidadania conquistaram direitos mínimos que desejam preservar pela via democrática, parte dos cidadãos que se consideram classe A vem a público desqualificar a seriedade de seus votos.
*Matéria originalmente publicada no jornal O Estado de S. Paulo